ELEIÇÕES 2024

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Você já viu um trio elétrico por dentro? Confira detalhes e curiosidades sobre os gigantes do Carnaval

domingo

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“Atrás do trio elétrico só não vai quem já morreu”, diz Caetano Veloso em sua icônica canção de Carnaval, mas é bem verdade que esses veículos gigantes acabam arrastando multidões pelas ruas de Salvador durante os dias de folia. Enormes, imponentes, com grande potência sonora e capacidade de transportar diversas pessoas, os trios um dos elementos essenciais da festa e transportam, mais que artistas e bandas, curiosidades e histórias bem interessantes.

Uma semana antes do começo do Carnaval, o Aratu On foi até o pátio de vistorias montado no Parque de Exposições de Salvador, para mostrar o interior dos trios e conversar com alguns personagens que não têm visibilidade como os artistas, mas que são igualmente importantes.

O primeiro trio que subimos a bordo esteve nos festejos de pré-Carnaval no final de semana anterior à festa oficial e estava sob a responsabilidade de Jidelson dos Santos. Técnico de som e montagem, o profissional, natural da cidade sergipana de Tobias Barreto, contou que este será seu 15º Carnaval em Salvador.

De acordo com ele, quando se contrata a estrutura de trio, também se leva no pacote alguns profissionais necessários para a operação: “Além de mim, que sou técnico de som, vieram [de Sergipe] holdings, dois motoristas e um técnico. Todo mundo no trio”. A estrutura, que na ocasião estava desmontada por causa da vistoria, possui um camarim e um banheiro, onde os artistas, durante o Carnaval, e os profissionais, na ida e volta para seu estado, podem utilizar com certo conforto.

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Movido a diesel, o trio possuí um gerador de energia robusto para “aguentar o tranco” e não dar problema no meio da avenida. E se, ainda assim, o gigante der PT no meio da farra, a equipe do trio quem tem que ressuscitar o equipamento. “Graças a Deus a gente nunca teve problema aqui no Carnaval, mas já tiveram situações em outras festas em que [o trio] parou e a gente teve se virar e tentar resolver”, contou.

Outro sergipano, mas da capital Aracaju, o auxiliar de montagem Edelvan Santos fará sua estreia no Carnaval de Salvador este ano. Na Bahia desde o final de dezembro, para levar o equipamento em outras festas, ele, que é pai de uma menina de seis anos, falou sobre os desafios do trabalho.

“Desde dezembro que o Carnaval começou para a gente, já fizemos vários shows pelo interior, como em Camaçari. É duro [ficar longe de casa], mas o retorno [financeiro] é bom, é um mercado muito bom”.

O trio em que Edelvan trabalha é um equipamento novo, projetado para ter uma “capacidade acústica acima da média”, algo que, segundo o auxiliar de montagem, faz com que seja bastante requisitado pelos contratantes. No interior, camarins e banheiros possuem equipamentos de ar-condicionado; “para dar um conforto maior para os artistas”, brinca.

TRIO CONTÊINER SUSTENTÁVEL

Seja pela presença dos artistas ou pelo próprio equipamento, um trio nos chamou a atenção durante o passeio pelo pátio de vistorias: o “trio contêiner sustentável”, dos irmãos Juan e Ravena. A dupla, que integra a programação do Carnaval de Salvador, falou sobre o equipamento, idealizado e projetado por eles. Com 14m de comprimento e outros 3,8m de largura, o trio é feito de um antigo contêiner de transportes marítimos, e possuí, dentre outras medidas sustentáveis como lixeiras de coleta seletiva nas laterais, placas solares para alimentação.

De acordo com Juan, que está se formando em arquitetura, revelou que a ideia para o equipamento é “culpa” da atriz Bruna Marquezini. “Era 2015, a gente tava na avenida e foi avisado que ela estaria em um dos camarotes. Eu pensei ‘vamos impressionar ela’ e a gente foi se preparando para arrasar quando, em frente ao camarote, o trio parou, ficou sem energia, e Bruna foi embora”. A partir daí, os irmãos começaram a pensar em alternativas sustentáveis para a folia.

Além de mais barato, o equipamento estilo pranchão, também é mais leve que seus “irmãos” e é uma alternativa viável para os carnavais e que, se depender dos artistas, vai ser uma tendência para os próximos anos. “A gente está em um momento de muito debate e discussões sobre as questões climáticas, então é uma iniciativa muito importante de se falar”, contou Ravena.

OUTRAS CURIOSIDADES

Seja o trio convencional ou em um equipamento sustentável, algumas outras curiosidades valem ser pontuadas sobre eles.

Banheiros

Além dos banheiros para os artistas e músicos, existem trios que possuem banheiros para o público que está dentro do bloco. Desfilando pela avenida por horas, é normal que o compartimento de coleta de resíduos acabe ficando cheio, impossibilitando o uso dos banheiros, mas iai? Assim como os ônibus de viagens, durante o percusso nos circuitos, os trios param em alguns locais para que os excrementos sejam coletados e os banheiros limpos, para que o show continue.

Motoristas

Como a maratona é puxada, cada trio deve ter, pelo menos, dois motoristas para que haja o revezamento durante o percusso. Antes da festa, esses profissionais passam por treinamentos oferecidos pelo Detran, para que estejam preparados para lidar com eventuais adversidades que podem ocorrer em um evento com grande concentração de pessoas. Além disso, no dia do desfile, cada condutor será submetido ao teste do bafômetro, para averiguar se houve consumo de álcool. Valor diária?

Vistoria

Por fim, os próprios trios são vistoriados antes de ganharem às ruas e avenidas. Durante o período pré-carnavalesco, os equipamentos ficam estacionados no Parque de Exposições e são submetidos à testes e avaliações de segurança e estrutura, para atestar se estão em condições de desfilar. Caso um trio não passe na vistoria, ele tem até o dia do próprio desfile para resolver as pendências e problemas e passar por nova avaliação. Estando tudo certo, o equipamento ganha um certificado que é adesivado no veículo, comprovando a aprovação e liberando sua entrada nos circuitos.

Entre os itens de segurança conferidos estão: xxxxxxxxxxxxx

Ainda sobre os trios, normalmente, esses veículos ficam no pátio até o dia das apresentações, saindo para o circuito horas antes dos shows. Normalmente, eles saem com as laterais fechadas e sem os instrumentos musicais, durante a madrugada ou nas primeiras horas da manhã, para evitar transtornos no trânsito.


Fonte: Aratu-On

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